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A casa do meu avô
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RESENHA

Por Maria Aparecida Rita Moreira
Doutora em Literatura – PPGL/UFSC
Professora aposentada da Rede Estadual de Santa Catarina
2019

Acostumada a lidar com textos literários no palco, a professora e atriz Solange Adão estreia no mundo da literatura com o livro A casa do meu avô, que tem ilustrações de Bruno Barbi.

A casa do meu avô tem aroma e sabor de ancestralidade. A escritora traz a aproximação da protagonista com seu avô e sua herança africana, por meio de cheiros, gostos, religiosidade, musicalidade, linguagem. A apresentação da protagonista não acontece no início da história, ou seja, é seu avô, a casa dele e muitas lembranças que marcam o início da narrativa; depois acontece a introdução da protagonista, Antonieta, salientando que seu nome foi “em homenagem a primeira deputada negra de Santa Catarina”, Antonieta de Barros.

Antonieta é filha de Iansã. No desenvolvimento da história a personagem vai mostrando sua família, identificando-os com os orixás e conversando sobre seus significados. Descreve a relação de seu avô com as ervas medicinais.

O carinho de Antonieta por seu avô está presente na expressão “Meu avô é tão bonito!!!” (ADÃO, 2018, p.16)  Além de trazer para cena o avô materno, a personagem também irá apresentar seu avô paterno e, ao apresentá-lo, fará menção as diferenças entre umbanda e candomblé. As religiões de matrizes africanas e a relação familiar são o fio condutor da narrativa.

A casa do meu avô apresenta valores como ancestralidade e pertencimento, na qual o ponto de vista, a linguagem, o ritmo e a autoria demarcam uma escrita afro-brasileira. A arte educadora, que em sua trajetória na arte e na educação sempre esteve comprometida com a cultura negra, oferece aos leitores sua arte engajada em formato de livro.

REFERÊNCIA

ADÃO, Solange. A casa do meu avô. Il.: Bruno Barbi. Florianópolis: Cruz e Sousa, 2018.


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