Por Vera Lúcia Oliveira de Aguiar
Doutoranda em Programa de Pós-Graduação em Educação – UFSC
2017

Em A Revolta, a autoraEdla Van Steen desafia-nos a pensar o mundo pelos olhos da ficção. Um mundo em que os governantes determinam a exterminação de velhos e de animais, decidem sobre o que todos devem comer (porque todos devem comer a mesma coisa), autorizam (ou não) o plantio de qualquer tipo de árvore frutífera e quando há autorização o plantio deve ser feito em vasos, brancos, de porcelana vitrificada.

A história é contada por Virgínia, uma menina que não consegue dormir bem e passa a noite gravando os acontecimentos porque quer deixar tudo registrado. Apesar do medo de que seu gravador possa ser clonado, a personagem continua fazendo anotações das situações vividas por sua família e por todas as pessoas que ela conhece: salários insuficientes, em função dos altos impostos, aprendizagem virtual, já que as escolas foram dizimadas, distribuição de comprimidos letais quando alguém na casa atinge setenta anos.

Intercalando o sensível e a barbárie, Virgínia vai nos contando sobre o plano da população para acabar com a força dos governantes. Será que conseguirão mudar o quadro já instalado?

A Revolta, uma publicação da editora Global, foi lançado em 2014. As ilustrações são de Marcelo Cipis. A história é contada em 29 páginas, por meio das quais, a autora leva o leitor a refletir sobre um mundo totalmente diferente daquele em que vivemos hoje.

VAN STEEN, Edla. A Revolta. Ilustração de Marcelo Cipis. São Paulo: Global, 2014. 29 p.