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Flecha Dourada
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RESENHA

por Aline Cavalheiro
Acadêmica do Curso de Pedagogia – UFSC
Bolsista Pró-extensão
2012

O livro Flecha Dourada, de Luiz Carlos Amorim, narra, a partir da ótica de um pequeno curumim, a saudável relação dos povos indígenas com a natureza, em contraposição com a relação dos homens brancos que a destroem.

O personagem principal da narrativa é Flecha Dourada, um indiozinho que vivia com seu povo na floresta. Na sua tribo não havia escola, lá os indiozinhos aprendiam tudo brincando, entre plantações de mandioca e entre os animais; aprendiam com seus pais e as pessoas mais velhas da tribo.

Flecha Dourada aprendia a cuidar da natureza, sobretudo os cuidados com as árvores que usavam para fazer suas ocas e utensílios para sua sobrevivência, como cumbucas, tigelas e arco e flecha. Respeitava as árvores também, porque elas são as casas dos pássaros, são responsáveis por deixar o ar sempre limpo, além de muitas servirem ou serem produtoras de alimentos.

A tribo de Flecha Dourada não conhecia os homens brancos, pois tudo de que eles precisavam estava na mata. Aquele era o mundo deles. Um dia apareceram alguns homens diferentes dos homens da tribo, traziam objetos nunca vistos pela comunidade indígena, mudando um pouco a comunhão que tinham com a natureza e seu modo de viver.

A narrativa termina em aberto, desfazendo a construção de um final feliz:

Flecha Dourada chorou.

- Por que o homem branco não era igual ao índio? – perguntava – O que será de nós, agora, se não somos nem índios nem brancos?

Ninguém respondeu. Apenas um soluço doído e o pio de uma ave solidária com sua dor se ouviu. (AMORIM, s/d, p.24).

A aculturação do povo indígena em contato com o homem branco provoca, no menino índio, a dúvida quanto à continuidade e aos valores de sua tribo.


AMORIM, Luiz Carlos. Flecha Dourada. Il. Solange Gerloff Alves de Lima. Florianópolis: A Ilha, s/d. 25p. 


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