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Manto de Nuvem
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RESENHA

Por Aline Cavalheiro
Acadêmica do Curso de Pedagogia/UFSC
Bolsista Pró-Extensão
2013

O livro Manto de nuvem, de Edla Van Steen, é catalogado mercadologicamente como livro infantojuvenil e é composto por 10 capítulos. A história é narrada em primeira pessoa por Matilde, uma adolescente que relata as coisas que acontecem com ela, sua família e, principalmente, com sua avó, Leocádia. As personagens que compõem a história são constituídas pela família de Matilde, em particular, envolvendo as aventuras vividas pela avó Leocádia, uma velha senhora que inventou de fazer algo mirabolante no terraço de seu apartamento.

Leocádia vivia numa cobertura de um apartamento em São Paulo, e reclamava, frequentemente, do pequeno espaço: dois quartos, sala, banheiro e cozinha, embora houvesse o silêncio de morar no 30º andar, acima da terra. A senhora construiu uma parede em volta da laje, queria fazer um canteiro no terraço, contava com sua neta para guardar esse segredo.

Matilde ia visitar a avó todos os dias, após as aulas, a menina tem 11 anos e é a única neta que visita sua avó; sua irmã Lola, de 17 anos, “acobertada” por sua mãe, não a visitava mais. As condições da família da Matilde não eram das melhores, sua mãe e seu pai não viviam muito bem, e Lola não tinha tempo com sua irmã, que só pensava em vestibular e em namorar.

Um dia, ao chegar ao apartamento da sua avó, a menina se deparou com uma floresta com muitos tipos de árvores, com espaço para uma futura horta. A horta era toda dividida com plaquinhas que indicavam as hortaliças e as verduras. Leocádia vivia num sítio, em Curitiba, e ter aquela horta e as plantas perto dela aliviava a saudade que aquela senhora, já enrugada do tempo, sentia de mexer com a terra. E, para que o terraço fosse completo, também comprou um galinheiro, grande e espaçoso, que já tinha muitos pintinhos.

No apartamento de Leocádia, sempre estava Ciro, que era reconhecido como o doidinho do 5º andar. Falava sozinho e fazia o maior escândalo no prédio; sua mãe morria de vergonha do menino. Subia uma ou duas vezes no terraço, mas agora que tinha todas aquelas árvores, ia quase todos os dias. Ciro agora fazia balas de coco, para sua mãe vender; parecia que a vergonha que sentia pelo filho desaparecera.

Numa tarde, durante o por do sol, estava a Leocádia com sua neta no terraço, desfrutando tudo o que havia se construído ali, quando, de repente, um helicóptero jogou uma caixinha que tinha um bilhetinho, dizendo que era um admirador daquela amável senhora que construíra um jardim no terraço.

O livro termina com Matilde, aos 15 anos, falando da morte de sua avó Leocádia, que se foi deixando como herança toda aquela floresta em cima de um terraço numa cidade de cimento. Tal notícia trouxe muita dor à menina; era a perda de sua avó querida, que tanto lhe fazia companhia.

As ilustrações são poucas e em preto e branco, mas permitem ao leitor imaginar o terraço cheio de flores, árvores e nuvens, nas suas mais variadas cores e formas. Uma narrativa tecida de sensibilidade e afeto.

STEEN, Edla Van. Manto de Nuvem. Il. Carlos Roberto de Carvalho. São Paulo Nacional, 1984.


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