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Mizu e a estrela
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RESENHA

por Aline Cavalheiro
Acadêmica do Curso de Pedagogia – UFSC
Bolsista Pró-extensão
2012

Em Mizu e a estrela, Margarida Cristina Vasques cria uma narrativa com elementos e estrutura de uma lenda, neste caso específico, uma lenda africana. Utilizando-se de uma tradição africana, a história narrada por Griots, quem conta a história ao leitor é Bambô.

A história se passa em Zimbábue, lugar de muitos planaltos e de sol “batido de vento”. Por ali perto fica o Rio Limpopo, responsável por resguardar a vegetação natural, as plantações e abastecer a aldeia do povo de Shona??. Nessa aldeia, todos moram em cabanas de palha e madeira, cuidam de rebanhos, plantações, pescam e caçam. 

O narrador foca a aldeia de Zimbábue, onde habitava um herói - um menino que se chamava Mizu. Ele morava numa cabana com sua família. Mizu não era muito diferente dos outros meninos da aldeia.

Certo dia, levantando-se mais cedo, saiu correndo em direção às trilhas e aos matos, bem longe da aldeia, até encontrar uma grande pedra que estava ao lado de uma grande árvore. Mizu, subindo no mais alto galho dessa árvore, procurava algo muito incomum: a estrela Sirius. Ao encontrá-la, o menino, estendendo seus braços, pegou-o, e caíram os dois por terra.

Mizu levou a estrela para a aldeia, e, nos dias se seguiram com muitas festas e alegrias, a estrela e Mizu andavam sempre juntos. O menino mostrava à estrela muitas novidades, as brincadeiras, as refeições, as histórias debaixo do Boabá. Até suas molecagens a deixavam muito encantada.

Porém, sempre ao anoitecer, a estrelinha ficava triste ao ver o negro céu, sentindo saudade de sua antiga morada. Mizu, vendo sua amiga estrela triste, resolveu fazer algo que a deixaria feliz, deixá-la voltar para o imenso céu. Correu o máximo que pode pelas trilhas e, embora com muito sofrimento, o menino carregando a estrela num cesto, sobe novamente na grande árvore e, entre lágrimas, devolve a estrelinha para o céu.

Mizu e a estrela compartilharam o amor de um pelo outro, e, mesmo sem estarem juntos, o brilho e a luz da estrela Sirius acompanhou toda a vida do menino Mizu. Ele cresceu, construiu sua própria família e cabana, foi pai, foi avô, e, quando já mais velho, “apagou-se” da terra.

Dizem que ainda hoje, quando se olha para a estrela Sirius, pode-se ver outra estrela brilhando ao seu lado. Quem sabe não é o menino Mizu?


VASQUES, Margarida Cristina. Mizu e a estrela. Il. Rubem Filho. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2012. 


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