literatura infatil e juvenil de santa catarina

Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
magna.art.br

Sinhá Preta
VOLTAR
RESENHA

Por Maria Laura p. Spengler
Doutora em Educação
Professora UDESC
2020

Sinha Preta, publicado em 2019 e assinado por Roberto Duarte, com ilustrações de Iliane Regina Fleith, já anuncia, em sua primeira frase, ser uma história que mistura realidade e ficção. Assim, ele mostrará com nostalgia as passagens da infância do escritor, da lembrança de sua cidade, com paisagens e lugares inesquecíveis, bem como da culinária. Dentre as lembranças, merece destaque, a de Sinhá Preta, uma mulher negra “alta de cintura fina” (DUARTE, 2019, p. 7), que usava “saias de chita rodada” (p. 7).

E nesse espaço narrativo, o autor convida a personagem para contar sua história, dando a ela a própria voz. “Eu nasci no casqueiro da beira da praia, no lado direito da Igrejinha de São Joao Batista, na Armação de Itapocorói. Sou descendente de escravos [...]. o meu nome de batismo é Maria Rosa de Jesus.” (DUARTE, 2019, p. 9)

Assim, o autor conta a história de Sinhá Preta e seus afazeres nesse lugar. Chamando a atenção para as comidas preparadas por ela, cujo “aroma misturado com a fome enchia de prazer a boca e deixava os olhos brilhantes” (DUARTE, 2019, p. 13), que o que ela cozinhava era “banquete dos deuses” (DUARTE, 2019, p. 13). E que, além disso, era uma exímia artesã, costurando com “mãos habilidosas”, “fuxicos coloridos” (DUARTE, 2019, p. 17), para enfeitar colchas de cama com “criatividade e imaginação” (DUARTE, 2019, p. 17), e que mesmo desconhecedora das letras e palavras, ensinava as crianças sobre cortes e recorte dos fuxicos, ensinando a elas “conteúdos para a vida”. (DUARTE, 2019, p. 21).

REFERÊNCIA

DUARTE, Roberto. Sinhá Preta. Il.: Iliane Regina Fleith. Piçarras: Oficina Birô de Criação, 2019.


AUTORES

Imagens