Por Simone Cintra
Estágio pós-doutoral
Programa de Pós-graduação em Educação – PPGE/UFSC
2013

O Conto, Um Pequeno Inventor, foi escrito por Miguel Alexandre Pires de Noronha, quando o autor tinha apenas 11 anos. Como destaca Maria de Lourdes Krieger, que prefacia a publicação do texto, a história “apresenta uma trama bem feita, com diálogos que fluem com naturalidade, e, com ela, Miguel Noronha mostra que sabe escrever”. Entretanto, não podemos deixar de apontar que a narrativa utiliza o termo pessoa “de cor” ao referir-se a dois personagens negros, nascidos em Angola, o que, embora recorrente em décadas anteriores, não é adequado na contemporaneidade por ser um termo preconceituoso.

Ambientado em Alpiarça, Portugal, e divido em doze capítulos, o conto é narrado pelo menino Pedro Noronha, que recebe de seu irmão e amigos o apelido de Inventor. Sempre compenetrado em suas invenções e, também, sempre disposto a explicá-las e compartilhá-las com o irmão, com o primo e com seus dois amigos, Pedro, no decorrer da história, constrói, entre outros objetos, um carro, um sistema de vídeo e até um robô. Sua genialidade é incrível, assim como sua obstinação por levar a cabo as mais inusitadas criações, sempre testadas com sucesso pelo grupo de garotos.

Apesar de as invenções do pequeno inventor constituir o foco central da narrativa, em seu desfecho, essas dão lugar a uma aventura mal sucedida. Os amigos se envolvem com terroristas angolanos que pretendiam invadir Lisboa, causando a morte de um dos garotos e imprimindo dramaticidade ao conto.

A capa do livro é de Sérgio Passos, mas a edição não traz o nome de quem fez as ilustrações que acompanham a narrativa. Na contracapa, encontra-se a cópia de uma carta endereça ao autor pelo presidente da editora brasiliense, que o elogia e o incentiva a continuar escrevendo. 

NORONHA, Miguel A. P. de. Um Pequeno Inventor. Florianópolis: EDEME – Indústria Gráfica e Comunicação S/A. s/d.