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A casa do dilúvio
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RESENHA

Por Maria Laura Pozzobon Spengler
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/UFSC
2013

O livro A Casa do Dilúvio, do escritor Paulo Venturelli, traz a história, dividida em cinco capítulos, contada em alguns momentos por um narrador menino e em outros por um narrador em terceira pessoa. Mas é o narrador personagem menino que inicia a narrativa, colocando o leitor a conhecer sua família, de uma mãe muito gorda, de um pai deficiente físico e de seus cinco irmãos, todos batizados com nomes estranhos das antigas óperas cantadas pelos pais. O menino conta sobre os pais, ambos cantores talentosos, que um dia, em Paris, perderam a hora do espetáculo e foram demitidos da trupe com a qual se apresentavam.

A mãe, agora como uma estátua, em uma poltrona construída pelo pai, no meio da sala, de tão gorda que havia ficado, ainda cantava as melodias conhecidas em seu tempo de cantora profissional. O pai perdera a voz num momento de nervosismo pela situação de necessidade, sem emprego, na qual se encontrava. Agora trabalha na sapataria que herdou do avô.

O menino e seus irmãos vivam a cercar a mãe para conhecer as histórias de todos os espetáculos dos quais ela e o pai haviam participado. Além disso, os cinco irmãos meninos são especiais. Eles fazem xixi colorido, de acordo com o que comem. Se os meninos comem beterraba, o xixi sai vermelho, se tomam leite, o xixi sai branquinho. E, dessa maneira, eles brincam de desenhar no quintal, colorindo tudo com xixi, são verdadeiros artistas de xixi.

A partir do segundo capítulo, então, o leitor conhece a história do dilúvio que dá título à história. Os meninos achavam que a chuva destruiria os seus desenhos no quintal, mas, para a surpresa deles, além de não estragar as “obras de arte”, a enchente ainda os valorizava mais, fazendo com os desenhos começassem a boiar, como rendas. Depois de terminada a enchente, a casa dos meninos era a única que continuava cercada pela água de desenhos coloridos. E, ao abrir o portão da casa cercada pela água colorida, ela começava a se movimentar junto com a água, a casa virava barco. As obras desenhadas pelo xixi dos irmãos agora era ponto turístico da cidade.

As páginas do livro são acompanhadas por grandes ilustrações coloridas de Ribeiro, e ora jatos coloridos de tinta, ora grandes pingos de tinta azul passeiam entre as letras da história.

Nova edição em 2014, apresenta ilustrações de Negreiros, pela Editora do Brasil.

VENTURELLI, Paulo. A Casa do Dilúvio. Il. Ribeiro. São Paulo: Editora do Brasil, 1998.

VENTURELLI, Paulo. A Casa do Dilúvio. Il. Negreiros. São Paulo: Editora do Brasil, 2014.


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