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Ana Levada da Breca
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RESENHA

por Eliane Debus
Professora MEN/PPGE/CED -UFSC
2012

O livro Ana Levada da Breca, de Maria de Lourdes Krieger, obedece a uma sequência linear, narrada em terceira pessoa. A narrativa apresenta os conflitos de uma menina que, devido à interferência dos adultos, começa a mudar seu comportamento e imitar o alheio, o da prima Lia, “modelo de comportamento”, segundo a concepção dos adultos. Ana quebra as normas estabelecidas para o sexo feminino, nas brincadeiras infantis: brinca com os meninos, joga futebol, sobe em árvores... Ao submeter-se ao poder coercitivo do mundo adulto imita a prima Lia, o modelo imposto/proposto pela sociedade: comportada, calada. 

O narrador, ao longo da narrativa, coloca vários questionamentos ao leitor, para que este assuma um posicionamento crítico frente ao problema da personagem:

Ana também era carinhosa,

mas de um jeito especial.

Precisa todo mundo ser igual? (KRIEGER, 1990, p.10)

[...]

Então a gente perde tempo em brigar por 

coisas bobas com quem a gente não gosta? (KRIEGER, 1990, p.11) 

As perguntas, que ficam em aberto ao leitor, oportunizam a interação leitor-obra. A antiga uniformização das ideias é substituída pela convivência dos contrastes entre as personagens, rompendo a moral dogmática, em que o bem é premiado e o mal castigado. Ana supera o conflito ao deparar-se com o seu eu como diferença e não como defeito. 


Referência

DEBUS, Eliane S. D. Entre vozes e leituras. Florianópolis: UFSC, 1996 (Dissertação de Mestrado/PPGL/UFSC).

KRIEGER, Maria de Lourdes. Ana Levada da Breca. Il. Leninha Lacerda. 7.ed. São Paulo: Moderna, 1990.


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