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Bela e a Fera
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RESENHA

Por Fernanda Gonçalves
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação – UFSC
2017

Bela e a Fera é a tradução de Marie-Hélène Catherine Torres da história mundialmente famosa, escrita pela francesa Jeanne-Marie Leprince de Beaumont em 1757. Considerado o primeiro texto de literatura infanto-juvenil, já foi interpretado no cinema, ganhou ainda uma releitura em desenho pelo Walt Disney e também inúmeras traduções nas mais diversas línguas. Particularmente, nessa tradução primorosa, Marie-Hélène procura imprimir ao português o ritmo do título original francês, mantendo a governanta como narradora, o que atribui um tom oral de contadora de histórias.

Esse famoso conto de fadas narra a história de Bela, a filha caçula de um comerciante muito rico. A jovem tinha esse nome tamanho era sua beleza, o que provocava muita inveja nas suas duas irmãs. Repentinamente, o comerciante perdeu tudo o que tinha e empobreceu, mudando-se com a família para uma pequena casa no campo. Certo dia, ele recebeu a notícia que havia chegado um navio com mercadorias para ele, logo se organizou e partiu para a cidade, mas antes suas filhas mais velhas e invejosas pediram-lhe que trouxesse muitos presentes. Já a Bela, não ia pedir nada, mas resolveu solicitar que seu pai lhe trouxesse apenas uma rosa.

O comerciante passou por muitas dificuldades na cidade, voltando ao campo ainda mais pobre. Durante o retorno, perdeu-se na floresta, para sua sorte encontrou um belo castelo para se abrigar. Ele entrou e não avistou ninguém, contudo, foi bem tratado, havia um quarto arrumado e também comida. No dia seguinte, já descansado e alimentado, seguiu para casa, mas, ao passar pelo jardim do castelo, avistou uma linda rosa, como a que Bela havia pedido. No mesmo momento ele apanhou a flor para presentear sua estimada filha. Foi quando apareceu uma fera monstruosa, terrivelmente brava pelo gesto do homem, cobrando o feito com a sua vida. Porém, o monstro propôs ao velho comerciante que trocasse sua vida pela de uma de suas filhas. Ao chegar a sua casa, o pobre senhor contou tudo que havia acontecido e Bela prontamente assumiu a responsabilidade de ficar no lugar do pai. Logo seguiu viagem até o castelo. Para sua surpresa não foi morta pela Fera, mas tratada como uma rainha, com todo conforto. Todas as noites o monstro pedia a mão de Bela em casamento. Ela não aceitou. Depois de uma longa jornada no castelo, a jovem foi visitar sua família com a permissão da Fera. Entretanto, demorou a retornar ao castelo como havia combinado, o que estava matando o monstro de tanta tristeza. Numa noite Bela sonhou que a Fera, por quem havia criado muita afeição, estava desfalecendo de saudade. No mesmo instante ela retornou ao castelo, encontrando o monstro quase morto no jardim. A jovem ficou desesperada, falou que aceitava se casar com ele. Foi quando o monstro tornou-se um belo príncipe. Eles então se casaram e foram felizes.

A tradução de Bela e a Fera é fluída, tornando-se uma leitura prazerosa e envolvente. O projeto gráfico da obra e as ilustrações de Laurent Cardon imprimem um ar de mistério, sua capa em preto com título prateado parece um convite à leitura, como um enigma a ser desvendado: um novo encontro com o conto de fadas já conhecido. 

BEAUMONT, Jeanne Marie Leprince de. Bela e a Fera. Tradução de Marie-Hélène Catherine Torres. Ilustração de Laurent Cardon. São Paulo: Poetisa, 2014. 


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