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Cantam as cigarras
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RESENHA

Por Marinaldo de Silva e Silva
Graduado em Letras, Pós-Graduado em Literatura Infantil, poeta, escritor, cronista
2017

Em seu segundo livro dirigido ao público infantil Cantam as cigarras – o primeiro intitulado O Coelhinho do Halo Azul foi lançado em 1959 –, Adolfo Bernardo Schneider, escritor e historiador joinvilense, brinda-nos, em 1985, com esse texto narrado na linguagem teatral, num enredo que fala do natal, permeado por uma família de cultura alemã (retrato do próprio autor, filho de alemães que colonizaram Joinville), além de histórias cristãs misturadas às fábulas como a do Papai Noel.

Nesse teatro infantil, o autor conta uma história que retrata a véspera de natal numa tradicional família alemã, porém, que poderia ser qualquer família, mas esta, especificamente germânica, porque narra traços culturais pertinentes às tradições europeias.

O canto das cigarras, que sugere o título do livro, é em alusão aos sinais do natal que se aproxima, quando a cigarra dá a cantar, pelo início de dezembro. No entanto, não é só de canto e teatro que o livro trata: misturando relatos e imagens bíblicas, o autor mescla ficção e realidade, possibilitando ao leitor, fazer um paralelo entre esses universos.

Da metade para o fim, o livro transforma-se num hinário, com partituras e letras, em alemão e em português, de clássicos das músicas natalinas e outras, da cultura popular alemã, além de apresentar uma pequena biografia de alguns mestres da música clássica, como Beethoven e Mozart.

O canto das cigarras, com todas essas informações, transforma-se num objeto de arte. Obviamente, a família que o livro retrata, de tão inocente, nem parece que um dia existiu. O tratamento aos pais, os costumes narrados, a linguagem utilizada, parece ser fábula, porém, o autor garante, em seus relatos biográficos, que fizeram parte do seu cotidiano infantil. Por isso, inclusive, pode ser utilizado como objeto de estudo sobre os costumes da época em relação aos dias atuais.

SCHNEIDER, Adolfo Bernardo. Cantam as cigarras. São Paulo: Editora Civilização Brasileira, 1982. 108 p. 


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