Por Maria Laura Pozzobon Spengler
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE/UFSC
2013

O romance de estreia da jovem escritora Nina Auras, Como Romeu e Julieta, transporta o leitor ao universo da Segunda Guerra Mundial. A história se passa na cidade de Cracóvia, na Polônia.

Uma menina chega a sua nova casa e, no porão, encontra uma prateleira abarrotada de livros antigos, clássicos. Ao puxar os livros para ler, cai, junto deles um caderno, uma espécie de diário, datado na época de 1944, assinado por Julia Leinster.

A curiosidade, então, fez com que a menina esquecesse tudo o que fazia para entrar no mundo de Julia e, assim, conhecer a história da personagem, que morara naquela casa com a família e poucos empregados, em período de guerra.

Cercada pela doença que causara a morte do irmão e a presença quase fantasmática de uma mãe depressiva, Julia se sentia responsável pela família.

Em uma noite, ao abrir a porta para dar um passeio, encontra um rapaz, parado à porta, cambaleante, visivelmente machucado e pedindo ajuda.

Ainda que hesitante, a menina acolhe o rapaz moribundo, escondendo-o no porão da casa, tendo apenas como cúmplice a empregada Martha, que a ajudava a cuidar do ferido.

Com a melhora do rapaz e a descoberta de que ele era fugitivo de um campo de concentração, a relação entre os dois se torna cada vez mais íntima e cúmplice. E uma história de amor vai surgindo aos poucos.

A narrativa, muito bem ambientada, coloca o leitor jovem em contato com a cultura da sociedade daquela época. Sob os olhos de protagonistas também jovens, a história conversa intimamente com o leitor, que se percebe coautor dos fatos narrados.

Para o leitor, a escritora Nina acrescenta: “Não sei se Como Romeu e Julieta desperta em alguém sentimentos fortes ou catarses. Mas recomendo que tentem, corram o risco. Se acaso no seu coração a moça de sonho e de neve não possa ficar, então, meu bem, a leve no lembrar, mesmo” (retirado de um texto do blog da autora).

AURAS, Nina. Como Romeu e Julieta. São Paulo: Novo Século Editora, 2011.