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Fábulas de Linha e Agulha: artes de Maria Celeste
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RESENHA

por Maria Laura Pozzobon Spengler
Doutoranda em Educação - UFSC
2012

No livro Fábulas de Linha e Agulha, organizado por Dennis Radünz, Maria Celeste não é somente homenageada, mas, sim, celebrada. Palavras da artista se misturam à sua arte colorida. Seus bordados, telas de pura obra de arte, tornam-se ilustrações. Cada página conta uma história; cada um dos bordados narra a vida.

O apólogo A linha e a agulha, de Machado de Assis, escolhido com esmero para compor a abertura do livro, narra o diálogo entre um novelo de linha e uma agulha que disputam para saber quem é o mais importante para o vestido de uma baronesa. A agulha, que abre os caminhos; ou a linha, que fica para sempre no vestido?

No livro, também encontra o leitor um texto de Janga, artista plástico e crítico de arte, que explica as escolhas de tecidos, rendas e ornamentos para os “pequenos estandartes” de Maria Celeste, que os colocam em um patamar de “Arte com A maiúsculo”.

Entre algumas das imagens de bordados, surgem pequenas citações de Maria Celeste que, sucedendo uma fotografia das mãos da artista na feitura de seu ofício, explicam ao leitor a sequência na qual o bordado é concretizado. E, em cada uma dessas falas, pode-se perceber a intenção de mostrar, sim, o bordado se construindo pela sobreposição de uma cor a outra, de um elemento a outro.

Como escritora, Maria Celeste ganha, ainda, mais espaço no livro ao contar ao leitor sua trajetória como artista, quando, em texto próprio, narra os acontecimentos que a levaram ao bordado,  e aos prêmios que recebeu por ele.

Para finalizar o livro, um epílogo, escrito pelo organizador. Em seu entender, o imaginário é “esse tecido de sonho que a memória humana costura realidades”. E o bordado de Maria Celeste algo que surge “da soma dos pontos ou o traçado que risca um campo de cores”, em “um jogo de relevos, numa combinação afetuosa entre as tiras e as rendas. As superfícies e os volumes”. 


RADÜNZ, Dennis. Fábulas de linha e agulha: artes de Maria Celeste. Il. Maria Celeste. Florianópolis: Nauemblu Ciência & Arte, 2006.


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