literatura infatil e juvenil de santa catarina

Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
magna.art.br

Histórias do Mundo Azul
VOLTAR
RESENHA

por Eliane Debus
Professora MEN/PPGE/CED - UFSC
2012

Histórias do Mundo Azul (s/d), de Lausimar Laus, é composto de quatro histórias: “A Fada do Açúcar”, “O Anão e o Gigante”, “Manuelzinho” e “A Lenda da Borboleta”.

 A primeira narrativa é protagonizada por uma menina que, embebida pelas histórias do avô a respeito da fada do açúcar, perde-se em meio ao canavial e, ao mesmo tempo em que se angustia, se tranquiliza pela possibilidade de encontrar a fada. Esta surge, apresentado-se com seu verdadeiro nome: “Saccharum Officinarum” e todo um séquito de acompanhantes: “Beta Vulgaris” (açúcar da beterraba), irmãs glicose (açúcar da fécula e da uva), princesa lactose e assim por diante. A fada narra à menina sua rota desde a saída da Ásia, até sua chegada ao Brasil: “Foi no tempo das Capitanias Hereditárias, aquele ponto da história que já aprendeste na escola”. (LAUS, s/d, p.16). A narrativa termina com a menina despertada pelo avô. Ela havia adormecido no meio do canavial.

“O Anão e o Gigante”, premiada no Concurso de Histórias Infantis da Semana da Economia, promovido pela Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro(s/d), é produzida em versos e conta a história de um “anão trabalhador” e de um “gigante vadio”. O gigante, que se vê sem fortuna e sem pão, vai procurar conselho do anão e este lhe responde:

 - Vive feliz como eu,

Tranquilo e a cantar,

Mesmo sendo pequeno,

Todo aquele vivente

Que trabalhe contente, 

E saiba economizar! (LAUS, s/d. , p.36)

A terceira narrativa, “Manuelzinho”, tem como protagonista o menino Manuel, filho da “preta Tibúrcia”. Ele era muito preguiçoso e não auxiliava a mãe nas lidas doméstica, mas, com a aproximação do Natal, a mãe consegue trazer o menino para o trabalho. Convencido pela mãe de que estava alimentando o burrinho de Nossa Senhora, o menino começou a cortar capim, certo de que seria compensado e receberia um presente de Natal. Tibúrcia, por sua vez, vendia os feixes de capim, guardava o dinheiro e, no Natal, comprou uma violinha de cordas douradas para Manuelzinho. Este acreditou que o presente era de Nossa Senhora e tanto se acostumou a trabalhar que nunca mais teve preguiça.

Em “A Lenda da Borboleta”, a história da criação do mundo é recontada. O Gênio da Vida cria, por meio de uma rosa, uma linda moça para governar o jardim, ensinando-lhe a linguagem do Bem e do Bom. Mais tarde, vendo seis camélias “muito brancas e puras”, faz saírem delas seis pequenos seres e lhes dá o nome de crianças, que se tornam muito arteiras. A rainha do jardim, zangada com a arte das crianças, agride-as e, pela primeira vez, o mundo conhece lágrimas. O Gênio da Vida castiga a rainha, transformando-a em lagarta. As lágrimas da rainha transformam-se em fios de seda e o Gênio da Vida, vendo tamanha beleza, devolve-lhe a vida entre as flores, na forma de borboleta. 

Nas quatro narrativas que compõem o livro se percebe, de imediato, a preocupação em orientar a criança quanto: à manutenção de hábitos alimentares saudáveis; ao embate entre o bem e o mal, o prêmio e o castigo; aos valores que devem ser preservados.


Referência

DEBUS, Eliane. A produção literária para crianças e jovens em Santa Catarina: o caso Lausimar Laus. Revista Antares.vol.3, nº6, jul./dez. 2011. 175. 

LAUS, Lausimar. Histórias do Mundo Azul. Rio de Janeiro: Pongetti, s/d.


AUTORES

Imagens