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Laís
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RESENHA

Por Rosilene de Fátima Koscianski da Silveira
Doutora em Educação – PPGE/UFSC
2020

Laís é o nome de muitas meninas. É também o nome do livro infantil escrito por Marcello Zapelini da Rosa e publicado em edição do autor. Ele tem a forma de quadrinhos. Utiliza quadros de diversos tamanhos, coloridos com a predominância das cores azul, amarelo e verde em diferentes tons, dispostos nas páginas inteiras, que não são numeradas. Esse livro traz os dados catalográficos na parte interna da capa, tem folha de rosto com indicação da autoria e da ilustração, feita pelo Estúdio Tanuki, do título do livro, do local e ano de publicação, 2018. A última página apresenta os outros sete livros de literatura infantil publicados pelo autor; na contracapa os patrocinadores e, internamente, breve dados biográficos do autor e atuação do Estúdio Tanuki.

Com acabamento gráfico de qualidade, este livro abre uma janela figurativa desde a sua capa para acolher o sentimento da criança. O escritor se utiliza de uma linguagem simples e sensível para tratar de uma temática que se mostra cercada de mistérios e de pouco diálogo entre adultos e crianças: a morte. A história começa mostrando a tristeza de Laís – a protagonista – pela perda de seu Foguinho – um furão de estimação. No diálogo entre mãe e filha, a menina demonstra seu inconformismo com a perda do animal: “Não é justo, por que o Foguinho morreu?” (ROSA, 2018, sp). A mãe, sentindo a dor de sua pequena, busca dar uma razão para o acontecimento: “Não sei, mas acredito que foi porque ele já era velhinho”(ROSA, 2018, sp). A mãe prossegue, ela diz a filha: “Também estou triste, mas a vida acaba sendo assim: ‘tudo que vive um dia morre’”(ROSA, 2018, sp). Depois da explicação ela leva a filha para passear, indo à feira.

 Laís continua desconsolada, sua fisionomia melancólica não passa despercebida pelo feirante, um senhor mais velho, que lhe pergunta: “Por que essa mocinha está triste?”(ROSA, 2018, sp). A mãe explica brevemente sobre a morte do furão no que é complementada pela inconformada menina: “É... Mas a mãe disse que ele morreu porque estava velho. Ahh... Então o senhor... também vai morrer?” (ROSA, 2018, sp). O feirante simpático e alegre dá uma gargalhada e em seguida explica para a menina: “Ai ai minha filha! Sim, um dia eu também irei”(ROSA, 2018, sp). Então ela se dá conta de que seu pai, sua mãe, todos os seres viventes têm um ciclo de vida com começo, meio e fim.

A conversa entre as personagens também cuida de desfazer a ideia de morte como um castigo por mau comportamento, é representada, sim, como um processo natural. O caráter aconselhador se faz presente na figura do furão imaginário que reaparece e deixa seu recado sobre a vida e as relações que nela podem ser estabelecidas enquanto estamos juntos. O balão de pensamento traz a dica do bem viver: “por isso devemos aproveitar a vida, buscar sempre novas amizades, ter tranquilidade, harmonia, paz, enfim...”(ROSA, 2018, sp).  A menina também quer saber “Para onde vamos depois de morrer?”(ROSA, 2018, sp).

 Mas, isso já é outra história. 

REFERÊNCIA

ROSA, Marcello Zapelini da. Laís. Criciúma: Edição do autor, 2018.


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