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Novo Mundo
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RESENHA

Por Anne Marie Tribess Onesti,
Pedagoga formada pela UFSC, em 2007,
Professora na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis
2013

O livro Novo Mundo (2012),de Augusto de Abreu com ilustrações de Rael Dionisio, chama a atenção pelas cores fortes e vibrantes das ilustrações, que convivem de forma integrada ao texto. A narrativa em terceira pessoa, carregada de subjetividade, faz com que, no decorrer da história, o leitor perceba que o enredo, aparentemente lúdico da ideia de cor, na verdade leva a uma reflexão muito mais ampla. Leva o leitor a refletir sobre os conceitos de igual e diferente e de respeito e valorização do outro, independente da sua cor, forma, origem, crença ou gosto.

O livro relata a história de quatro planetas, o primeiro deles se chamava Olerama, onde todos os seres e as coisas eram amarelos. Seus moradores tinham braços compridos, pés grandes e duas antenas na cabeça. L, todos deveriam adorar a cor amarela e quem não a adorasse seria exilado do planeta.

O segundo planeta se chamava Luza, onde tudo e todos tinham a cor azul. Os habitantes rastejavam como cobras, tinham apenas um olho e um pequenino chifre no meio da cabeça. Lá, todos deveriam amar a cor azul, e, se assim não o fizessem, seriam banidos do local para sempre.

O terceiro planeta se chamava Olhemerv, onde tudo girava em torno do vermelho. Seus moradores tinham quatro braços, cabeça muito grande e orelhas pontiagudas. Ninguém deveria pensar em outra cor, senão o vermelho. A punição para quem o fizesse era ser expulso do planeta.

Os planetas não chegavam a brigar entre si, mas também não toleravam outras cores a não ser a sua própria. O quarto planeta até então era desabitado, frio e sombrio.

Com o passar do tempo, alguns moradores dos planetas Olerama, Luza e Olhemerv estavam desgostosos com suas cores e procuraram por outras cores para vestir, para pintar e para apreciar. Logo que isso aconteceu, foram exilados para o planeta que era desabitado, sombrio e sem cor, e lá se encontraram. Mesmo sendo tão diferentes não sentiram medo uns dos outros e começaram a conversar, trocar experiências, aumentar seus conhecimentos, e tornaram-se amigos. Agora que eram livres e evoluídos, os novos moradores transformaram o planeta sombrio em um planeta cheio de cores, chamando-o de planeta Arco-íris, onde todas as cores eram apreciadas e os gostos respeitados.

Augusto Abreu nos revela um universo de possibilidades de como podemos, sim, viver em harmonia com as nossas diferenças, valorizando e respeitando cada um da maneira que é. O livro ainda traz outros pontos importantes como a riqueza do vocabulário e a brincadeira com a escrita das palavras ao criar o nome do planeta, por meio de um anagrama, na escrita ao contrário do nome da cor.

ABREU, Augusto de. Novo Mundo. Il. Rael Dionisio. Florianópolis: ACPCC, 2012.


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