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O Coelhinho do Halo Azul - rádio-sketch pré-natalino em um ato
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RESENHA

por Eliane Debus
Professora MEN/PPGE/CED –UFSC
2012


O coelhinho do halo azul, de Adolfo Bernardo Schneider, é um texto dramático em um ato, produzido para ser apresentado em programa de rádio, na véspera do Natal. O livro apresenta duas estruturas: 1) prefácio, em que o escritor desenvolve reflexão sobre as contribuições da leitura para a formação espiritual da criança; e 2) o texto dramático propriamente dito.

Produzido em 1959, o prefácio do livro é marcado por uma visão conservadora em relação à infância, elencando as influências dos aspectos climáticos, econômicos, hereditários e sociais na formação espiritual da criança. No que diz respeito ao clima, Schneider destaca que as crianças norte-europeias vivem mais a infância devido ao clima frio, diferente daquelas que vivem no calor, onde a infância é curta. A independência econômica paterna faz com que vivam mais a infância, diferente das pobres, que cedo começam a trabalhar. Hereditariamente, as crianças seguirão os passos dos seus antecessores e serão influenciadas pelo ambiente social em que vivem. 

O escritor também destaca a influência dos astros do cinema e da música, como colaboradores para o processo de decomposição moral pelo qual a juventude da década de 1950 estava passando, “Inesperada para uns, natural e lógica para outros, que lhes conhecem e estudam as causas” (SCHNEIDER, 1959, s.p). Segundo o autor, “os meios de comunicação, como a imprensa falada, as estações de rádio e a televisão estão capacitadas a prestarem serviços inestimáveis no setor da educação da criança e da juventude” (SCHNEIDER, 1959, s.p), por isso a sua proposta de trazer a público uma peça para ser radiofonizada.

O texto dramático é uma singela homenagem à “alma cristalina e pura de Hans Christian Andersen”, apresentando o escritor dinamarquês, criador de narrativas infantis entre elas O patinho feio, como condutor da narrativa. Compõe o elenco dos personagens do texto, além de Andersen, o narrador, um grupo de crianças, meninos e meninas, que representam o coro da narrativa contada por ele. 

Mariazinha, uma pobre menina europeia, é auxiliada, na véspera de Natal, por um coelhinho de halo azul, e recebe dele auxílio para toda a comunidade que, vivendo na floresta e desprovida de alimentos por causa do rigoroso inverso, passava muita privacidade. As dificuldades eram reais, mas o auxílio, num primeiro momento foi “invenção”, pois não passava de um sonho da menina. No entanto, quando ela acorda percebe que muito havia mudado e um novo tempo de fartura se havia iniciado.


SCHNEIDER, Adolfo Bernardo. O coelhinho do halo azul – rádio-sketch pré-natalino em um ato. Joinville: s/ed., 1959.


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