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O Menino que lia o Mundo
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RESENHA

por Daniela Martins
Bolsista PET/Pedagogia – UFSC
2012

Em O menino que lia o mundo, Rosaura Flores apresenta ao leitor um menino curioso e vivaz que adora, do seu jeito, conhecer e desvendar o mundo. 

A narrativa tem início com o menino ainda no ventre da mãe, já curioso em saber o que havia lá fora daquele casulo. Rompido o casulo, ele descobre que existe um mundo a ser conhecido. No começo, tudo parecia ser engraçado, depois foi percebendo que tudo era feito para ele olhar, brincar, morder e comer. O menino foi crescendo, aprendeu a andar e a falar, descobriu os sentimentos e as emoções, o calor e o frio, o bom e o ruim, desenhou, rabiscou e, assim, foi conhecendo e aprendendo com as coisas do mundo. 

Chegou o dia em que o menino começaria a frequentar a escola para aprender ainda mais. Preparou toda a sua bagagem, com materiais e leituras de mundo para levar à escola. Ia feliz o menino, porém ficou muito triste ao perceber que sua bagagem de vida, não tinha importância dentro da escola, pois lá havia uma bagagem pronta e igual para todos. 

Os dias foram passando, e o menino começou a achar que não sabia aprender, pois ouvia dizerem que ele não sabia ler, que não era alfabetizado e não entendia símbolos que, para ele, nada diziam. Ficava triste, e sua felicidade só voltava quando saía da escola e aprendia com as coisas da vida. 

A narrativa finda com um tom melancólico, pois o personagem não encontra, no espaço escolar, o diálogo com as suas vivências cotidianas; as atividades da escola estão apartadas das atividades da vida. Essa escola, diferente daquela apontada por Paulo Freire (983), não fez da leitura de mundo, a leitura da palavra.

As ilustrações, criadas por André Luiz Dias, com colaboração de Raquelly Oliveira Dias, completam a narrativa.

FLORES, Rosaura. O Menino que Lia o Mundo. Il André Luiz Dias. São José: El Shaddai, 1999.


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