por Maria Laura Pozzobon Spengler
Doutoranda em Educação – UFSC
2012

O livro O monstro que mora em mim, de Maria de Lourdes Krieger, traz para o leitor uma narrativa sobre um possível monstro que habita dentro de cada um de nós. Sem, em nenhum momento, descrever as características do monstro, o leitor pode se identificar, já que cada um tem um monstro diferente dentro de si.

Um menino, narrador e personagem principal da história, conta o momento no qual descobriu que um monstro aparecia e crescia dentro dele: quando era contrariado e/ou quando não lhe faziam as vontades. 

A primeira aparição do monstro se dá quando o menino passeava no parque com os pais, e o senhor, que cuidava do carrossel, deixa entrar no brinquedo o menino que estava esperando sua vez há mais tempo. A segunda aparição ocorre na festa de aniversário de uma amiga, quando a mãe da aniversariante dá a outra criança o balão que ele queria. O monstro se espreguiça, arregala os olhos e começa a gritar, espernear e exigir que sua vontade seja atendida.

Para complicar mais a situação, a mãe do menino engravida, e o personagem precisa aprender a dividir suas coisas com o irmão que está por vir.

A história narrada coloca o leitor em discussão sobre o bem e o mal, mostrando que todos guardam dentro de si um monstro, e que só depende de si mesmo tentar controlá-lo.

Leonardo Menna Barreto Gomes compartilha a narrativa através de suas ilustrações, coloridas, e presentes em cada par de páginas.

Referência:

KRIEGER, Maria de Lourdes. O monstro que mora em mim. Il. Leonardo Menna Barreto Gomes. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1996.