por Maria Laura Pozzobon Spengler
Doutoranda em Educação – UFSC
2012

O livro O Quintal, de Airo Zamoner, traz ao jovem leitor uma crítica ao consumismo e ao capitalismo, contando a história de Júnior, menino esperto e estudioso, que, entre outras coisas, observa uma colônia de insetos no quintal de sua casa. Com um “tubo auditivo”, ele escuta as reuniões que acontecem dentro de um formigueiro, e, encantado ao escutar “Majestade” dialogando com suas operárias, percebe que elas pesquisam e falam sobre a espécie humana. 

Depois de um tempo de longas observações e escutas Júnior estabelece comunicação com a rainha do formigueiro, e, nas conversas que tem com ela, começa a entender e questionar o funcionamento da sociedade. Os dois conversam sobre o consumo, sobre as relações de trabalho e até sobre uso de remédios. 

As conversas com a “Majestade” formiga instigam Júnior a muitos questionamentos e a querer saber opiniões, as quais se tornam mais importantes, a medida que ele as compartilha na escola, causando alvoroço entre professores e colegas.

Com uma linguagem polida e formal, o escritor questiona o papel do jovem como elemento importante nas discussões sociais presentes no mundo.

ZAMONER, Airo. O quintal. Curitiba: Protexto, 2004.