por Eliane Debus
Professora MEN/PPGE/CED –UFSC
2012
Miriam Aparecida da Rocha, em seu livro de estreia, Uma casa no meio da rua, apresenta ao leitor uma narrativa permeada de mistério, imaginação e afetividade, na estranha relação entre um menino e uma casa.
A narrativa tem início com a subversão da Casa que resolve fugir na ausência de seus donos; e, pulando o portão, acaba por ficar no meio da rua. A cena surreal de uma casa no meio da rua chama a atenção de várias pessoas e, quando os donos chegam em casa, ao final do dia, ficam exacerbados com o fato, preparando a sua demolição e planejando a construção de uma nova casa.
A Casa empreendeu fuga por não encontrar mais, em seus cinco moradores, o recolhimento e carinho como moradia. Ela não queria ser somente uma casa, queria ser um lar. Abandonada no meio da rua, à espera da demolição, a Casa recebeu, no meio da noite, a visita de Zeca, um menino órfão que sempre a observava e a desejava. Assim, é com a ajuda dele e de seu Onofre, seu tutor, e de Claudemir, um pequeno empresário, que a história toma um novo rumo.
A casa é comprada por Claudemir, e cabe ao menino Zeca tirá-la do meio da rua, ocorrendo isso de uma forma inusitada:
[...] Zeca entrou na casa como se entra num livro, num conto de fadas... com a imaginação aflorada. Beijou a porta da Casa, acariciou suas cortinas e sentou sobre a janela da frente. Primeiro fechou os olhos, se concentrou e... a Casa começou a se mover! Claudemir e seu Onofre não podiam acreditar. A casa estava voando! (ROCHA, 2003, p. 36)
Instalada no novo terreno a Casa gora tinha uma placa que anunciava:
Casa dos sonhos
Onde a realidade e a fantasia
Se misturam e
Se transformam em vida! (ROCHA, 2003, p. 37)
A Casa era agora um lugar de alegria e acolhimento.
ROCHA, Miriam Aparecida da. Uma casa no meio da rua. Il. Paulo da Cunha. Blumenau: Hemisfério Sul, 2003. 48p.
AUTORES
- Miriam Aparecida da Rocha (Escritor)