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Uma Família tão comum
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RESENHA

por Eliane Debus
Professora MEN/PPGE/CED –UFSC
2012

Uma família tão comum, publicado pela primeira vez no início da década de 1980, pela editora Brasiliense, na coleção “Jovens do Mundo Todo”, foi relançado em 2006, pela editora Alaúde.  

A narrativa brinca com o fazer literário, numa proposta de metalinguagem, ao utilizar o narrador onisciente, que perde seu poder com as interferências das personagens. As onze partes que formam o texto são diferenciadas, no índice, pela numeração, ora em números arábicos, ora romanos, sendo que os romanos obedecem à narrativa do narrador onisciente, e, nos arábicos, a narrativa é realizada pelas personagens. Na IV parte, no entanto, o narrador começa a descrever a personagem Maria do Carmo, quando essa interfere:

– Calma aí, narrador (interfere a própria). Minha história, quem escreve sou eu!/ Será que o leitor gostará disso? Já houve tanta interferência neste livro! – Ele mesmo pode decidir a respeito; se não gostar, escolherá o que fazer. (KRIEGER, 1983, p.74)

As personagens, representadas ao longo das páginas deste livro, não são tão comuns assim: Dona Maria do Carmo, a mãe, que voa; tia Clara, que crocheteia problemas com fios invisíveis; o menino Pedro e sua cutia invisível; Mirela, que toca um piano inexistente; Murilo, o pai, que retira as pernas quando tem algum problema; Daniela, amiga de Mirela, que acaba vendo a cutia; e o ladrão, que entra na história e acaba por retirar os próprios olhos para melhor ver.

Uma narrativa carregada de nonsense, que leva o leitor a reflexões sobre as relações humanas. 


KRIEGER, Maria de Lourdes. Uma família tão comum. Il. Jefferson Galdino. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1983.


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