Por Tatiana Rosa dos Santos
Mestre em Poéticas Visuais – CEART/UDESC
2013
Nascida em Dom Feliciano – uma aldeia polonesa no interior do RS, em 1947, Jandira Lorenz logo menina mostrou interesse pelo desenho. Passava horas colorindo os desenhos que pedia para o pai fazer ou ela mesma reproduzia ilustrações de livros e revistas. “Jandira adorava ler e foi esta admiração pelos livros que a colocou em contato com as ilustrações, entre elas a de Gustave Doré (1832- 1883), um dos mais produtivos e bem sucedidos ilustradores franceses do século XIX, que ilustrou mais de 120 obras literárias, entre elas contos de fadas de Charles Perrault, como Bela Adormecida, O Gato de Botas, Cinderela e Chapeuzinho Vermelho. Livros que faziam parte do repertório de Jandira. Os trabalhos de Doré possuem forte inclinação para a fantasia, e talvez essa fantasia presente nos livros infantis, juntamente às ilustrações de grande refinamento técnico, despertou na menina Jandira tamanho encantamento por um tipo de desenho que conduz o espectador a uma dramatização real da cena.” (In: BORTUCAN, 2012)
Em 1966,
incentivada por seu irmão, Jandira cursou Belas Artes na UFRGS, em Porto Alegre
e, entre 1968 e 1971, graduou-se na FAAP em São Paulo. Nesse período, Jandira
trabalhou na Editora Abril, em São Paulo, como assistente de arte, e foi aí que
começou a desenvolver seu trabalho como ilustradora, fazendo ilustrações para
revistas, capa de livros e folders. São dessa época, a capa do livro de Ofélia
e Narbal Fontes “Cem Noites de Tapuias”, e a ilustração dos Rolling Stones na
revista Geração Pop, ambos publicados pela Editora Abril. Em 1975, concluiu o
mestrado na ECA-USP, com dissertação sobre a artista catarinense Eli Heil. Em
1976, iniciou sua trajetória como professora da Universidade do Estado de Santa
Catarina, no Centro de Artes, começando como professora de História da Arte e
assumindo, posteriormente, a disciplina de Desenho Artístico. Aposentou-se por tempo
de serviço, em 13 de agosto de 1997, mas sempre manteve sua atividade como
artista plástica e ilustradora paralelamente.
São quatro os livros infantis ilustrados pela artista, feitos com papel miteintes colorido e lápis de cor aquarelados. Alguns dos livros que ilustrou foram publicados em mais de um idioma, como é o caso de Brincar de Verdade (2007), de Marta D. Martins, com versões em inglês, espanhol e português. Em 2011, ilustrou o livro Nem todo gato sabe caçar ratos, de Paulo Campos com edição em inglês e português. A edição bilíngue português/alemão, de Fritz Müller, História Natural dos Sonhos, ganha um projeto gráfica cuidadoso. O Natal do Pastorzinho, de Maria de Lourdes Krieger, publicado pela Lunardelli, na década de 1970, também recebe a ilustração da artista.
BIBLIOGRAFIA